25 de junho de 1975. Samora Machel, o guerrilheiro e líder da Frelimo, proclama a independência de Moçambique. Samora trabalhou com o meu pai no Hospital de Lourenço Marques. Foi durante pouco tempo, mas o tempo bastante para, anos mais tarde, ao conhecer o meu tio Carlos Costa, dirigente do PCP, lhe dizer: tu és cunhado do dr. Costa Campos, por isso nós somos família. Conto a história só para que se saiba o quanto foram grandes as minhas expetativas a respeito de Moçambique independente. Pela minha parte falei uma única vez com Samora, em Guimarães, durante uma visita de Estado que fez a portugal e parte da qual acompanhei enquanto jornalista. Disse-lhe quem era e ele, com aquele sorriso de orelha a orelha que o distinguia, disse-me: volta para lá! Na verdade, saí de Moçambique em 1973 e nunca mais lá voltei. Até hoje. Nesta data, 44 anos depois da independência, bem gostaria que Moçambique tivesse encontrado o seu rumo. O mundo dá muitas voltas e nem sempre pula e avança. Fosse vivo, Samora diria: A luta continua!
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