Há seis anos, fiz na Assembleia da República uma intervenção relacionada com a necessidade de agir de forma determinada face à agressão de jornalistas em recintos desportivos. Por extensão, pretendia-se acautelar a sua integridade física e garantir a sua liberdade de acção. Foi um intervenção pela liberdade de imprensa e pela liberdade de expressão.
Na altura, fiz críticas muito severas ao modo como se processavam determinados programas desportivos na televisão, na verdade, programas de futebol, visando os discursos incendiários, carregados de intolerância e irracionalidade.
Se houve por efeito um travão temporário a impor alguma contenção verbal e emocional, a verdade é que se tratou de sol de pouca dura. Pouco tempo passado - embora deva dizer-se, em abono da verdade, que sempre houve estações e estações - o estilo ordinário e arruaceiro voltou aos estúdios. Com uma agravante. Instalou-se no discurso político. O palavreado e os tiques fascistas do líder da extrema-direita, por exemplo, são uma extensão dos dichotes e maneirismos que ele próprio utilizava ao perorar sobre futebol. Foi, aliás, o futebol que o levou para a ribalta.
Hoje, infelizmente, a situação da comunicação social parece encaminhar-se para um beco sem saída. No plano editorial, o desequilíbrio é gritante, tamanha é a inclinação à direita. No plano laboral, a precariedade é a regra. No plano dos desempenhos, é o que se vê. A democracia é atingida num dos seus pilares fundamentais.
Dito isto, o caso da Global Média é paradigmático da actualidade. Se há seis anos a situação era má, agora é bem pior. Abaixo, são apontados alguns antecedentes. É ver.
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