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CULTURA

Foto do escritorJorge Campos

O poder das imagens

Atualizado: 1 de out. de 2020



Uma Programação do Departamento de Fotografia, Cinema, Audiovisual e Multimédia da ESMAE com o apoio da Alliance Française e do Goethe Institut no âmbito do Projecto Elysée


O Project Elysée resulta de uma parceria franco-alemã para efeito da organização de actividades culturais a desenvolver em países terceiros. Criado por ocasião do 40.° Aniversário do Tratado de Elysée pelos Ministérios das Relações Exteriores da Alemanha e da França tem por objectivo promover a visibilidade de ambos os países. O Project Elysée requer a colaboração de parceiros locais reconhecidamente qualificados, numa perspectiva de interacção criativa, por forma a tirar partido de sinergias existentes e garantir o sucesso das iniciativas programadas.


A propósito de O Poder das Imagens


Esta é a 5ª edição do ciclo de Fotografia e Cinema Documental Imagens do Real Imaginado. Desta vez escrutinamos O Poder das Imagens. Reportamos fundamentalmente à fotografia e ao cinema documental, mas não enjeitamos incursões noutros territórios. Tratando-se essencialmente de um programa escolar que, neste caso, foi pensado como plataforma inaugural do mestrado profissionalizante em Comunicação Audiovisual da Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo, é natural que haja, como sempre tem acontecido, uma preocupação de rigor na abordagem das matérias e na qualidade dos intervenientes por forma a cumprir dois objectivos: reforçar a ligação da escola ao meio profissional proporcionando aos estudantes um contacto directo com autores, investigadores e obras fundamentais; prosseguir uma estratégia de criação de novos públicos associada à criação de circuitos alternativos com reflexos, a prazo, no aparecimento de novos criadores. Este é um trabalho de perseverança, cujos resultados são já visíveis, nomeadamente nos prémios nacionais e internacionais que ano após ano os nossos alunos e ex-alunos vêm obtendo, bem como no reconhecimento que decorre dos convites para efeito de participação em numerosas iniciativas. Mas, este é um trabalho feito também a pensar no público em geral. Não faria sentido ter Manoel de Oliveira, Fernando Lopes, José Luis Guérin, Mark Durden, Mercedes Alvarez, Mike Hoolboom, Helmut Färber, Rahul Roy, Gerard Colas, Georges Dussaud e tantos outros convidados de edições anteriores e encerrá-los num conclave meramente académico. Não há escola, aliás, sem abertura para a vida nem espaço para a imaginação. Este ano, o Ciclo propõe-se interpelar as imagens no contexto das representações e narrativas sobre o mundo. Não é uma questão menor. Concreta e não geral como o termo linguístico, a imagem comunica todo um conjunto de emoções e significados como que obrigando a captar instantaneamente um todo sensorial indiviso. Então, como lidar com ela, agora, no mundo das propagandas silenciosas e das máquinas censurantes? Fazendo das suas narrativas um convite à reflexão ou sucumbindo, talvez com deleite, ao fascínio e à hipnose? Hipóteses a considerar, entre outras, em O Poder das Imagens.


Jorge Campos


Dia 3

14.00 BMAG


Apresentação do ciclo por Jorge Campos


Las Hurdes (1932) de Luis Buñuel



14.45 BMAG


Masterclass de Christian Milovanoff


Christian Milovanoff é diplomado em Sociologia e em etnografia pela Universidade d’Aix en Provence e em estudos de Arte pela Universidade de Urbino, na Itália. Professor na École Nationale de Photographie d’Arles é autor de vários estudos sobre fotografia, como “As fotografias de Claude Levi-Strauss”, e cinema, nomeadamente sobre as obras dos cineastas Johan van der Keuken e Frederick Wiseman. Foi convidado por duas vezes, entre 1981 e 1986 e 2007-2008, pelo Musée du Louvre para realizar trabalhos de fotografia a partir das obras do Museu que ali foram apresentados. Tem realizado inúmeras exposições na Europa e nos Estados Unidos.


O Poder das Imagens

Sinopse:

Desde o momento em que foi reconhecida oficialmente a fotografia apresentou-se como instrumento de identificação e apropriação da identidade, isso é instrumento de existência satisfazendo o desejo da representaço de si e do outro. Assim, com a fotografia e o cinema vai se desenhar um território onde as tecnologias do poder actuam para o melhor e o pior.


16.15 BMAG

Masterclass de Val Williams

Val Williams é professora da University of the Arts London onde dirige o Centro de Investigação “Photography and the Archive”. Editora do livro: Martin Parr: Photographic Works, publicado pela Phaidon Press em 2002 e comissária da exposição: Martin Parr: Photographic Works 1970 - 2002 da Barbican Art Gallery e do National Museum of Photography Film and TV.


Martin Parr: Photographic Works

18.15 BMAG

Abertura oficial

Alliance Française, Goethe Institut, Governo Civil do Porto, Câmara Municipal do Porto, ICA, IPP, ESMAE, ESE, TCAV/TCM, Agência de Curtas Metragens de Vila do Conde


Estreia do filme

“O meu coração ficará no Porto”

Documentário sobre a visita ao Porto do general Humberto Delgado durante a campanha eleitoral para a Presidência da República de 1958 que resulta de um acordo de cooperação do Instituto Politécnico do Porto com o Governo Civil do Porto. Uma produção dos Serviços de Vídeo do IPP com a colaboração de professores e alunos do Departamento de Fotografia, Cinema, Audiovisual e Multimédia da ESMAE e realização de Jorge Campos. 


Sinopse:

Para muitos o dia 14 de Maio de 1958 terá sido o início do fim da ditadura em Portugal. A cidade do Porto saiu à rua para receber o General Humberto Delgado, candidato pela oposição à eleições presidenciais. Dias antes, instado a pronunciar-se sobre o destino de Salazar caso vencesse as eleições, Delgado proclamara: “Obvimente demito-o”. Foi o rastilho que incendiou o País. 50 anos mais tarde, o Porto evocou esse dia memorável em que o Povo saiu à rua numa manifestação sem precedentes, para sempre ligada ao destino do General Sem Medo.


21.45 BMAG

1. Censura e Estado Novo

Filmes: O Pintor e a Cidade (1956) e A Caça (1964-1970) (Duas versões, a do autor e a censurada) de Manoel de Oliveira

Apresentação de Manoel de Oliveira 


2. O olho em estado selvagem

Introdução de Fátima Lambert

Filme-concerto

Entr’ Acte (1924) de René Clair

Projecto: musicar as imagens, «cenas quase quotidianas»

Músicos (ESE – IPP):

Maria Bernardete Felisberto – voz e outros

Sara Esteves – voz e outros

Sílvia Boga – voz e outros

Vera Ferreira – sax e outros

Raquel Fontão Barbosa – sax e outros

Carlos Ramos Silva – trombone e outros

António Vale – Guit. e outros

Sara Pinheiro – piano, voz e outros

Susana Gonçalves – piano, voz e outros


Direcção musical – Francisco Monteiro

Professor (ESE-IPP), pianista, compositor. É membro dos grupos G.M.C.L. e Oficina Musical. Diplomado em piano (U. Viena), Mestre em Ciências Musicais (U. Coimbra) e Doutor em Música Contemporânea (U. Sheffield), é investigador (CESEM) nas áreas da estética musical, da música contemporânea portuguesa e da interpretação musical.


Dia 4

Dia dedicado a Ray Müller e Leni Riefenstahl

Carta branca a Ray Müller

(a ordem da programação que se segue é flexível podendo ser alterada em função do entendimento do autor).


14.30 BMAG

Masterclass de Ray Müller

Nascido 1948, Ray Müller cursou Literatura inglesa e francesa, na Universidade de Munique. Estudou cinema em Londres e Montpellier. Depois de terminado o M.A. trabalhou como argumentista e realizador na televisão, especializando-se em documentários. O seu filme mais conhecido e premiado é The Wonderful Horrible Life of Leni Riefenstahl. Ray Müller é professor convidado da Universidade de Berkeley, Califórnia, desde 2006.


Um pacto com o diabo



16.30 BMAG

Filme:

O mundo maravilhoso e horrível de Leni Riefenstahl (1993) de Ray Müller

Apresentação de Ray Müller


Filme:

Um Sonho de África (Ein Traum Von Afrika)(2003)de Ray Müller

Apresentação de Ray Müller


21.45 BMAG

Filme:

Olimpíada (1938) de Leni Riefensthal

Apresentação de Ray Müller


Dia 5

14.30 BMAG


1. Escolas - O Ensino e as Representações do Mundo

Universidade de Newport, Reino Unido Ken Grant

Universidade de Tübingen, Alemanha - Ulrich Hägele

Escola de Fotografia de Arles e Museu do Louvre – Christian Milovanoff


17.30 BMAG

2. Escolas - O Ensino e as Representações do Mundo

CTCAV/ CTM (IPP), Portugal - Olívia da Silva

Universidade de Santiago de Compostela, Galiza - Margarida Ledo Andión

Karel de Grote Hogeschool, Bélgica - Els Fieuw e Ineke Mertens


21.45 BMAG

Memória e esquecimento

Filmes:

Nuit et Brouillard (1955) de Alain Resnais


A Nossa Música (2004) de Jean-Luc Godard

Apresentação de Frédéric Sabouraud


Dia 6

14.30 BMAG

Masterclass de Ulrich Hägele

Ulrich Hägele tem formação em Estudos Culturais e História da Arte pela Universidade de Tübingen. Curador de Museus e redactor de Rádio na emissora SWR em Estugarda e Baden-Baden. É investigador em Ciências da Comunicação na Universidade de Tübingen e especialista em Propaganda do III Reich.


A Fotografia e o III Reich



17.30 BMAG

Masterclass de Frédéric Sabouraud

Frédéric Sabouraud é professor de cinema na Universidade de Paris 8 ( Estética do filme documentário e de ficção e escrita de argumento). Organiza e dirige ateliers de escrita e realização em França e no estrangeiro. Ė tambėm realizador ( “ Sans faire d’histoires “ 2006 ) e crítico de cinema. Foi membro da direcção da redacção dos “Cahiers du Cinéma “ e é colaborator das revistas “ Trafic” e “Images documentaires”. Ensaista, é autor de várias obras entre as quais: “ L’Adaptation au cinéma”, “Histoire du cinéma iranien 1900-1999” e “Depardon/Cinema”.


Filmar o que desapareceu

A propósito do filme S21, La machine de mort Khmère rouge (2004) de Rithy Panh


Sinopse:

Interrogar “os poderes da imagem” através das tentativas do cinema para encenar a recordação, não só como meio para relatar um acontecimento passado, mas, também, como acta de memória, de ficção, de reconstrução, como processo da representação de representações.


21.45 BMAG

Filmar o quotidiano

Filme:

O Sabor da Cereja (1997) de Abbas Kiarostami

Apresentação de Frédéric Sabouraud


Dia 7

14.30 BMAG

Masterclass de António Pedro Vasconcelos

Frequentou o Curso Superior de Filmografia na Universidade de Paris IV e é um dos cineastas representativos do Cinema Novo Português com o filme Perdido por Cem (1973). Responsável por alguns dos filmes portugueses de maior sucesso comercial como O Lugar do Morto (1984) e Jaime (1999), a sua obra tem sido reconhecida em diversos festivais internacionais. Participou na criação da V.O. Filmes, da Opus Filmes e ainda do Centro Português de Cinema que produziu a maior parte dos filmes do Cinema Novo. Foi chefe de redacção, com João César Monteiro, da revista Cinéfilo e colunista da revista Visão, entre outras publicações. Presidiu ao grupo de trabalho encarregado pela Comissão Europeia de fazer o Livro Verde para a Política do Cinema e Audiovisual e exerce funções docentes na área do cinema e da televisão no ensino superior.


Imagens da guerra colonial

Sinopse:

“A Câmara não é uma janela, é um cache” (André Bazin). O problema da honestidade no documentário. Ir à procura, dez ou quinze anos depois, do que escondem as imagens que nos são apresentadas como de reportagem, com a caução do real. O documentário como reacção à reportagem e às suas manipulações: a montagem, mas também a própria imagem, o enquadramento: que verdade há num testemunho enquadrado de tal forma que não vemos o revólver apontado, fora de campo, à cabeça do entrevistado?


Filme:

Adeus e até ao meu regresso (1974) de António Pedro Vasconcelos

17.30 BMAG

Masterclass de José Manuel Costa

Licenciado em Engenharia, José Manuel Costa desempenhou, desde 1975, diversas funções na Cinemateca Portuguesa tendo sido, nomeadamente, seu vice-presidente e responsável pelo ANIM (Arquivo Nacional das Imagens em Movimento). Foi presidente da Associação das Cinematecas Europeias durante vários anos. Lecciona História do Cinema e do Documentário na Universidade Nova de Lisboa e é o responsável do Curso de Vídeo e Cinema Documental na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes.  

O Regresso aos Kinoks

A propósito da interrrogação sobre o lugar do cinema hoje, breve evocação da ruptura modernista de há um século (período 1908-1930) e da relação do cinema e das outras artes neste contexto. De onde o cinema é visto, de onde o cinema vê.

Excertos de filmes de Dziga Vertov


21.30 BMAG

1. O Poder das Imagens: curtas políticas ou politicamente incorrectas

Filmes:

Selecção de curtas metragens políticas da Agência da Curta Metragem de Vila do Conde


Superfície de Rui Xavier

Portugal 2007 Fic 13'

Betacam SP PAL


Sinopse:

Por muito calma que pareça a superfície do oceano, cada vez que cruzamos a linha, que divide a terra do mar, entramos num mundo desconhecido e imprevisto. Ao voltarmos à terra será que o nosso mundo se mantém igual?


Plot point de Nicolas Provost

Bélgica 2007 doc/Exp 15'

Betacam SP PAL


Sinopse:

A real e muito famosa ‘cop land’ americana com as suas sirenes de carros de polícia, fardas, ambulâncias e ruas apinhadas de gente, facilmente se transforma num cenário de cinema perfeito, pondo não só em questão os limites entre realidade e ficção, mas também os códigos da narrativa cinematográfica (a curva de tensão, o climax, o ‘plot point’), brincando com as nossas expectativas e deixando o mistério por desvelar.

The adventure de Mike Brune

EUA 2007 Fic 22'

35 mm


Sinopse:

Um casal de reformados de classe média faz um passeio no parque para desfrutar de um piquenique. A serenidade de uma refeição íntima na natureza é destruída pelo aparecimento de um mimo consternado que foge de uma misteriosa ameaça. Enquanto o mimo explica o seu drama através de uma elaborada performance, o homem e a mulher aborrecem-se e ficam indiferentes, limitando-se a esperar pelo momento de pagar ao “artista de rua” e irem-se embora. Os seus esforços fracassam. Antes que consigamescapar, passam de espectadores inactivos a participantes contrariados num crime imaginário que expõe mistérios perturbadores sobre performance, empenho e violência.


Le soleil et la mort voyagent ensemble de Frank Beauvais

França 2006 EXP 11'

35 mm


Sinopse :

Nunca mais as cores, nunca as folhas ou olhares. Tudo engolido numa estranha catástrofe. Tudo despedaçado. A única coisa que resta do universo que se desmorona é esta barraca cheia de gente que se acotovela. Está tudo morto e vazio. Georges Hyvernaud "Skin and bones"


Apresentação de Nuno Rodrigues (Festival de curtas metragens de Vila do Conde)


2. O Poder das Imagens: a comédia ao poder

Filme-concerto:

A princesa das ostras (1919) de Ernst Lubitsch

Introdução de Jorge Campos

Improvisação sobre o filme A Princesa das Ostras



Combo (ESMAE – IPP)

Voz: Rita Martins

Guitarra: Carla Seiça

Contrabaixo: João Cação

Piano: Juan Buenafuente

Saxofone Alto: João Martins

Ossi Nuermela: Bater


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