Em Du Visage au Cinema, obra capital para melhor se entender a centralidade do rosto no cinema, Jacques Aumont, logo após o prólogo, recorre longamente a Platão. Em resumo, no essencial: à semelhança da forma do universo que é redondo, diz Platão, os deuses encadearam duas revoluções divinas e fizeram o homem. Criaram um corpo esférico, a que agora chamamos cabeça, a parte mais divina e que tudo comanda, e deram- lhe um suporte, um tronco com braços e mãos, e pernas. Nesse globo superior, na sua parte frontal, fizeram o rosto moldando os órgãos da percepção do mundo e assim abriram a porta à sempre enigmática revelação da alma.
E por falar em alma: quando falamos do rosto no cinema o que ocorre de imediato, pelo menos a mim, é o grande plano no feminino, absoluto, arrebatador, definitivo: Falconetti em La Passion de Jeanne dʼ Arc de Dreyer, Anna Karina em Vivre sa Vie de Godard numa sala de cinema diante de um ecrã onde essa mesma Falconetti de um único filme aparece martirizada em nome de Deus por vontade dos homens, as extraordinárias mulheres de Bergman, Dietrich enquanto paixão desenhada pela luz de Von Sternberg. E claro, aquela imagem de horror desmedido da mulher que perdeu o filho no Potenkim fixando a exigência da revolta para a eternidade. Pois bem, se o fascínio existe perante os rostos de tão extraordinárias personagens e da arte suprema que, tal como os deuses, pode conferir a aura do mito aos semi-deuses que ela própria criou, nem por isso, por esta vez, será esse o nosso percurso.
O rosto aqui será encarado no contexto de um universo de possibilidades combinatórias atravessando transversalmente a fotografia, o cinema, o teatro e até as artes digitais, mas não deixando por isso de ser a parte daquela pequena esfera em cuja região frontal ganham expressão as metamorfoses reveladoras da infinita gama de emoções temporalmente contidas numa escala situada entre a vida e a morte, tendo como suporte, é certo, um tronco com braços e mãos, e pernas, afinal,
também ele expressivo, flexível e significante.
Nesta sexta edição do Ciclo de Fotografia e Cinema Documental “Imagens do Real Imaginado”, que não é um festival, mas antes um fórum de reflexão e um espaço lúdico de atracção onde convergem estudantes, artistas, professores e público em geral, há, como sempre, um projecto pedagógico, bem como a possibilidade de empreender derivas criativas em função da imaginação e dos interesses de cada um. Dois exemplos: seguir a par e passo a integral das curtas metragens de Agnés Varda, que se mostra pela primeira vez em Portugal ou observar as transformações fisionómicas de Klaus Kinsky através de um conjunto de filmes de Werner Herzog os quais permitem ilustrar o trabalho do actor ou do rosto do actor. Juntem-se articuladamente as masterclasses, filmes, exposições, performances e filmes-concerto e compreender-se-á melhor o sentido deste ciclo, bem como a urgência de dar a ver ao mundo um real imaginado.
Jorge Campos
2 NOV. SEGUNDA
BMAG
14.30 – 15.30 h
Masterclass de Rita Castro Neves
Expôr fotografias
Visionando exemplos práticos – de Richard Avedon a Wolgang Tillmans - analisaremos
diferentes soluções de montagem de exposições fotográficas para diferentes projectos e diferentes mensagens. Condicionamentos conceptuais, espaciais, atmosféricos e
orçamentais, bem como escala, ritmo, ambiente, dramaturgia, encenação e iluminação serão analisados enquanto elementos a atentar na recepção e na produção de uma exposição fotográfica. Os conceitos de white cube, black box, espaço alternativo, land art, arte pública, site-specific e instalação ajudar-nos-ão a compreender - também historicamente - as possibilidades em causa e as soluções contemporâneas.
Rita Castro Neves (1971).
Vive e trabalha no Porto. Acabou o Curso Avançado de
Fotografia do Ar.Co (Lisboa) em 1995 e o Master in Fine Art da Slade School of Fine Art
(Londres) em 1998, tendo desde então exposto regularmente em Portugal e no estrangeiro, tanto em espaços estabelecidos (Museu de Arte Moderna da Bahia, Brasil, Spike Island, Bristol, The Courtauld Institute of Art, Londres, Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto) como em locais ditos não convencionais (escola primária, apartamento alugado, casa de banho pública, loja de discos, montra de um restaurante). Desenvolve projectos de curadoria em artes plásticas e na área da Live Art, de onde destaca o TRAMA - Festival de Artes Performativas. É professora de fotografia e vídeo em várias instituições.
www.ritacastroneves.com
2 NOV. SEGUNDA
BMAG
16.00 – 17.45 h
Masterclass de Pedro Sena Nunes
A Paisagem e o Rosto, O Rosto e a Paisagem
O que pode e aguenta um rosto? O meu cinema é muitas vezes o cinema do rosto do outro que por sua vez se torna no meu, vivemos numa relação de espelhos e reflexões que nos fazem produzir imagens profundas e celebrativas da vida. Acontece tudo em simultâneo. Há rostos que não se filmam e há rostos que contam histórias depois de filmados. No meu cinema interessam-me as pessoas que me permitem ter tempo para as olhar e filmar. Procuro o tempo da memória. Lembro-me de algumas personagens que criei e outras que vivi. É difícil ficar quieto, e lembrar. Lanço-me num espaço de exploração, pessoal, com um desafio imenso. Raramente se sabe quando as coisas começam e acabam. Estou mais habituado a contar histórias com os rostos dos outros.
Filmes:
Fragments between time and angels de Pedro Sena Nunes (1997, 52',
video)
Quem vê uma coisa, só a vê uma vez. Este é o resultado de uma residência artística
centrada no confronto com o desconhecido. Este documentário trata os temas da morte e do nascimento através de um conjunto de retratos fílmicos construídos em torno da experiência do olhar e do tempo. Este é um trabalho de partilha com as pessoas que conheci ao longo dos 4 meses em Glasgow e é um filme sobre a invisibilidade. Ninguém faz filmes de olhos abertos, todos os vêem no escuro.
Impressões do 3º dia em Glasgow de Pedro Sena Nunes (1997, 10ʼ,
video)
Pedro Sena Nunes. Realizador, Produtor, Fotógrafo, Viajante e três vezes Pai, nasceu
em Lisboa a 18 de Maio de 1968. Terminou o Curso de Cinema em 1992 na Escola Superior Teatro e Cinema, depois de frequentar Engenharia de Máquinas no Instituto de Engenharia de Lisboa em 1989. Co-fundou a Companhia Teatro Meridional, na qual é responsável pela área audiovisual. Entre Barcelona, Lyon, Sitges, Budapeste, Lisboa e Florença participou em cursos e workshops de cinema, fotografia, vídeo, teatro e escrita criativa. Realizou documentários, ficções e trabalhos experimentais em cinema e vídeo e produziu mais de 100 spots publicitários para a televisão e rádio. Foi bolseiro de várias instituições – Gulbenkian, Universidade de Ciências Lisboa, Pépenières, Visions. Regularmente colabora com coreógrafos, encenadores, artistas plásticos, actores, designers, escritores, músicos e arquitectos. Foi fundador da Avanti.pt, Apordoc e Associação Portuguesa de Realizadores e é consultor artístico da Associação VoʼArte e de outras associações e projectos artísticos pontuais. Nos últimos 14 anos tem-se dedicado simultaneamente à área da pedagogia, criando e dirigindo laboratórios dedicados à criação e à experimentação, tanto documental, como ficcional. Foi Director Criativo e Pedagógico da ETIC. No seu extenso currículo, conta com vários prémios e distinções nas áreas de fotografia, vídeo e cinema.
2 NOV. SEGUNDA
BMAG
18.15 – 20.00 h
Sessão de abertura
Intervenções: DAI / ESMAE / IPP, Alliance Française, Goethe Institut, CPF –
Centro Português de Fotografia, University of Wales
Produções de fotografia e vídeo do mestrado em Fotografia e Cinema
Documental
Apresentação de Olívia Silva
Introdução à retrospectiva de curtas metragens de Agnés Varda por
Floréal Peleato
Filmes:
Curtas “Turísticas” de Agnés Varda
Ô Saisons, Ô Chateaux (1957) - 21ʼ00ʼʼ, video
Plaisir dʼamour en Iran (1976, 6ʼ00ʼʼ, video
Du côté de la cote (1958, 26ʼ00ʼʼ, video)
2 NOV. SEGUNDA
PASSOS MANUEL
21.45 h
Os cineastas e os seus filmes
Pedro Sena Nunes
filme:
A Morte do Cinema (2002, 30ʼ, video)
Murmúrios do tempo – performance 25ʼ
Dânia Lucas e Paulo Martins
3 NOV. TERÇA
BMAG
14.15 - 15.30 h
Masterclass de Mark Durden
Dorothea Lange in 1936; by Paul S. Taylor
This is America: documentary photography of the 1930s and 1940s
Mark Durden will discuss a major exhibition of 250 Farm Security Administration and related documentary photographs he curated for The Lowry in Salford, UK, 2003/4. The exhibition included a diverse range of iconic and lesser-known photographs by Dorothea Lange, Walker Evans, Gordon Parks, Margaret Bourke-White, Marion Post Wolcott, Russell Lee, Arthur Rothstein and Ben Shahn. One key theme of the show concerned the way a number of these photographers critically exposed the racism of American culture. Parks's portrait of the black cleaner, Ella Watson, posed against the Stars and Stripes, was the provocative focal point of the show and the counterpoint to Lange's more well-known Migrant Mother. The exhibition also introduced the less familiar FSA colour work of Post Wolcott and Russell Lee.
Mark Durden
Mark Durden is Professor in Photography at Newport School of Art, Media and Design,
University of Wales, UK. He has published over a hundred reviews and articles on
contemporary art and photography. He wrote the essay for Daniel Blaufuksʼ show at Solar,May/June 2009. His most recent book, co-authored with David Campbell, Variable Capital, considers the relationship between art and consumer culture and was published by Liverpool University Press in 2007. He curated a major show of FSA photography, ʻThis is Americaʼ, for the Lowry, Salford, UK in 2004/5 and was the author of the book on Dorothea Lange for the Phaidon 55 series in 2002.
15.45 – 17.00 h
Masterclass de Floréal Peleato
O Rosto no Cinema
Floréal Peleato. Auteur de deux scénarios de long-métrage de fiction (lʼun sélectionné par le biais du concours organisé par la Casa de América puis par le programme européen Equinoxe, lʼautre sélectionné dans le cadre du programme européen Mediscript), dʼun recueil de nouvelles (Prix Rafael González Castell 2008), dʼun roman récemment terminé, de trois courts-métrages de fiction, dʼun scénario de film documentaire en phase de développement. Par ailleurs, animateur dʼateliers dʼécriture de scénario (Colombie, Pérou, Panama, Bolivie, Espagne), de cours concernant le cinéma et collaborateur de la revue de cinéma Positif.
Auteur des courts-métrages La península (1994), Tierra Saguache (1995) et Knock Out
(1998).
17.15 - 18.15 h
Curtas “Cinevardaphoto” de Agnés Varda
Apresentação de Floréal Peleato
Filmes:
Ydessa, les ours et etc. (2004,
43ʼ00, video)
Curtas “LʼEssai” de Agnés Varda
7 P., cuis, s. de b. (1984, 27ʼ00ʼʼ, video)
18.30 - 19.45 h
Escolas:
Escola Superior Artística do Porto
Apresentação de Manuel Costa e Silva
3 NOV. TERÇA
PASSOS MANUEL
21.45 h
Os cineastas e os seus filmes
Floréal Peleato
Filme:
La Mano Azul (2009, 75ʼ, vídeo)
La main bleue décrit le processus de création du peintre Mathieu Sodore, qui réside à
Lisbonne, pendant quʼil réalise une série de tableaux de grands formats, La música callada del cantaor, inspirée par des palos flamencos –types de chants flamencos – et qui montrent partiellement des visages. Il sʼagit de capter ses sentiments, pensées, doutes et impulsions à partir du premier trait qui couvre la toile blanche jusquʼau moment de la signature. Il est également important de montrer que la peinture est un art visuel certes mais aussi sonore et tactile. De plus, peu à peu nous découvrons jusquʼà quel point lʼatelier est pour le peintre sa cellule, sa caverne et son temple et que le temps ne sʼy écoule pas comme ailleurs. Dʼautre part le film montre comment le peintre dans sa vie quotidienne ne cesse dʼêtre habité par lʼoeuvre en devenir tandis que sa voix nous propose une réflexion sur lʼart et la peinture ainsi quʼune approche de ce quʼest lʼart du portrait.
4 NOV. QUARTA
BMAG
14.15 – 15.15 h
Masterclass de Olívia Silva
Imortalidades
O que representa um rosto? Como retratamos e interpretamos um rosto? Que relação
podemos estabelecer entre o rosto e identidade? Um rosto pode ter várias identidades?
Trabalho realizado pelo o fotógrafo Walter Schels e a jornalista Beate Lakotta que
acompanharam 24 doentes terminais nos últimos momentos de vida, no âmbito da AMARA - Associação pela Dignidade na Vida e na Morte. A reportagem foi publicada em 2003 e obteve vários prémios para os autores, inclusivo um 2º Lugar de World Press Photo em 2004.
Olívia da Silva
Doutorada em Fotografia pela Faculdade de Arte e Design da Universidade de Derby, no
Reino Unido, Olívia Da Silva é Directora do Departamento das Artes da Imagem, da Escola Superior de Música , das Artes e do Espectáculo do Politécnico do Porto e Coordenadora do Mestrado de Comunicação Audiovisual com Especializações em Fotografia e Cinema Documental e Produção e Realização Audiovisual. Expõe regularmente em Portugal e no estrangeiro. Entre os seus projectos fotográficos de retrato contam-se ʻ8/2ʼ sobre as(os) vendedoras (es) do Bolhão, Bom Sucesso, Victoria Market Hall, Bristol Market; ʻCabbage and Kingsʼ no Mercado de Municipal de Braga; ʻTrace and Memoryʼ no Mercado de Niort em França; ʻIn the net ʻsobre Comunidades Piscatórias de Grimsby e de Matosinhos; ʻSem Luvasʼcrianças com defice de comunicação; ʻMemórias de Nósʼo método SUZUKI – Projecto a Pauta com 22 crianças ;ʼQuatro Olhares sobre a Moagem Harmoniaʼ - Museu da Ciência e Indústria, ex – funcionários do museu ʻVai à Janelaʼ, ex-funcionários dos STCP;ʼMozart no Bairroʼ- quarteto musical; ʻMoinhos do Tempoʼhabitantes da aldeia de Soito da Ruiva em Arganil; ʻ3 Formas de Verʼ sobre o Hospital de S. João, Série da Colecção ʻPresente na Cerimóniaʼ, ʻSérgio Machado dos Santosʼ , Série da Colecção ʻPresente na Cerimónia, Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, entre outros. É autora e co-autora de obras de investigação sobre Representação Fotográfica e Identidades Pessoais. Desenvolve actualmente um projecto académico ʻIn & Out ʻ de pós – doutoramento no Departamento de Investigação de Newport, Reino Unido e em Portugal.
15.30 – 16.15 h
Masterclass de John Goto
Sidney Bechet, Royal Philharmonic Hall, 1919
WEST END BLUES series, Jazz Migrants in London, 1919-74
The face: the silhouette and the deathmask
John Goto will explore two pre-photographic forms used to represent the face: the silhoette and the deathmask. Both had a degree of mechanised production which produced highly accurate renditions, and both were associated with popular culture. They might be said to prefigure the photographic portrait and these connections will be explored along with the historical background of each process. The use by artists and writers in the twentieth century of the enigmatic death mask known as LʼInconnue de la Seine will be recounted. Goto will also show a work he made in response to the mask. Similarly he wil show his own West End Blues series, wich uses silhoettes to memorialise jazz musicians who worked in Londonʼs West End between 1919-74, and suggests links between some pre and post photographic practices.
John Goto is recognized internationally for his work in the field of photo-digital art. Since 1992 he has used digital technology to reflect on European history and contemporary social and political events. His interest is in story telling through pictures, and he considers himself variously as a contemporary history painter, and a folk artist. In his talk Goto will consider the face as depicted in three pre-photographic conventions, and his creative response to these subjects. Goto has had solo London exhibitions at Tate Britain, the National Portrait Gallery and the Photographersʼ Gallery, and has shown widely in Europe. He is represented by galleries in Paris, Munich and Seoul and is currently Professor of Fine Art at the University of Derby.
16.30 – 17.45 h
Curtas “Contestatárias” de Agnés Varda
Apresentação de Regina Guimarães
Regina Guimarães. Nasceu no Porto, em 1957. A par dos seus poemas, publicados em
raras edições de natureza confidencial, tem desenvolvido trabalho na áreas do Teatro, da Tradução, da Canção, da Dramaturgia, da Educação pela Arte, da Crítica, do Vídeo. Foi docente da FLUP e na ESMAE. Orienta actualmente uma disciplina de Processos Narrativos na ESAD. Foi directora da revista de cinema A Grande Ilusão. É presidente da Associação Os Filhos de Lumière e programadora do ciclo O Sabor do Cinema. Integra o colectivo que, a par de outras actividades reflexão e criação, publica o jornal PREC. É co-fundadora do Centro Mário Dionísio. Com Ana Deus, fundou a banda Três Tristes Tigres, o colectivo Clube dos Nadadores de Inverno, e realizou inúmeras experiências em torno da palavra dita e cantada. Tem orientado oficinas de escrita e de iniciação ao cinema. Aspira a estar em todo o lugar onde haja uma luta justa a travar. Vive e trabalha com Saguenail desde 1975. Hélastre é o signo da sua obra comum.
Filmes:
Oncle Yanco (1967, 18ʼ00”, video)
Black Panthers (1968, 27ʼ00, video)
Réponse de Femmes (1975,8ʼ00ʼʼ, video)
18.00 - 20.00 h
Filme:
Nosferatu de Werner Herzog, (1979, 107ʼ, vídeo)
Apresentação de Jorge Campos
Jorge Campos. Doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de Santiago
de Compostela é docente do Curso de Tecnologia da Comunicação Audiovisual da Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo (ESMAE) do Instituto Politécnico do Porto. Integra o Departamento de Artes da Imagem sendo responsável pela área científica de Estudos Visuais, co-coordenador do Mestrado em Comunicação Audiovisual na especialização de Fotografia e Cinema Documental e director do Laboratório Multimédia. Jornalista, documentarista e programador cultural tem colaboração dispersa sobre Cinema, Televisão e Politicas Culturais em diversas publicações. É o Programador do Ciclo de Fotografia e Cinema Documental “Imagens do Real Imaginado” que conta com o apoio do Instituto de Cinema e Audiovisual (ICA), Universidade de Newport, Alliance Française e Goethe Institut.
O Ciclo, aberto ao público, faz parte do plano curricular quer do Mestrado em Comunicação Audiovisual, quer dos Cursos de Tecnologia da Comunicação Audiovisual e de Tecnologia da Comunicação Multimédia da ESMAE. Especialista em Cinema Documental e jornalista da RTP durante 25 anos – com experiência também de Rádio e Imprensa – realizou numerosos documentários, alguns dos quais premiados ou distinguidos. Foi o responsável pela “Odisseia nas Imagens”, Programação de Cinema, Audiovisual e Multimédia do Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura. Participa com frequência em júris do ICA e de festivais de cinema.
4 NOV. QUARTA
PASSOS MANUEL
21.45 h
Os cineastas e os seus filmes
Masterclass de Florence Ayisi
Representing New Images of Africa
Filme:
Zanzibar Soccer Queens de Florence Ayisi, (2007, 52ʼ, video)
Zanzibar Soccer Queens is a provocative portrait of Woman Fighters, a team of predominantly Muslim women in Zanzibar. Their individual stories of aspirations, shattered dreams, friendship, sisterhood and self-determination reveal a community of strong-willed African women determined to better their lives and define new identities through playing football. Their passion for football is passion for life and the freedom of self-expression. For these women, playing football is a catalyst for personal change, and a chance to discover the world beyond the confined boundaries of how a woman should be. http://www.zanzibarsoccerqueens.com
Florence Ayisi is a Cameroonian filmmaker and university lecturer. Her teaching and
research interests include documentary film, alternative representations of Africa,
Ethnographic Film, editing aesthetics, and how womenʼs work and visions drive social and economic development. Currently Reader in Film Practice at the University of Wales,
Newport, Florenceʼs films present rare insights into womenʼs experiences, particularly in
Africa. Her first feature documentary was the multi award-winning Sisters in Law, (2005, co- directed with Kim Longinotto), and she recently completed another feature documentary, Zanzibar Soccer Queens, through her company Iris Films (UK/Cameroon).
5 NOV. QUINTA
BMAG
14.15h – 15.30 h
Masterclass de Anna Fox
Pictures of linda lunus series (1983 – present )
The Performing Portrait
Apresentação de Adriana Baptista
Anna Fox will discuss the relationship between photographer and subject through looking at four specific bodies of work that she has made over the last 15 years. Starting with Zwarte Piet, a work largely created on the street and working through to the ongoing series Pictures of Linda where the model (Linda Lunus) actively collaborates with the Photographer Fox will explore the space between photographer and subject looking the role performance plays within the construction of the photographic portrait. Fox will also discuss the projects Country Girls (a collaboration with Alison Goldfrapp) and Back to the Village looking at how these bodies of work employ the notion of theatre and staging, in very different ways, to frame the stories she intends to tell.
Anna Fox. Born in 1961 and completing her degree in Audio Visual studies at The West
Surrey College of Art and Design in 1986, Anna Fox has been working in photography and video for twenty -five years. Influenced by British documentary tradition and US ʻNew Colouristsʼ her first work Workstations (published by and exhibited first at Camerawork,London 1988) observed with a critical eye London office culture in the mid Thatcher years. Later work documenting weekend wargames, Friendly Fire, was exhibited in the exhibition Warworks at the Victoria & Albert Museum, the Netherlands Foto Instituut and the Canadian Museum of Contemporary Photography. Her solo shows have been seen at The Photographerʼs Gallery, London, The Museum of Contemporary Photography, Chicago and her work has been included in numerous international group shows- Through the Looking Glass, Documentary Dilemmas and New Natural History amongst others. She has had several monographs of her work published (see below) and the first retrospective show of her work, Cockroach Diary and other Stories, opened at Impressions Gallery in summer 2008.
Annaʼs work has recently been shown in From Tarzan to Rambo at Tate Modern; Centre of the Creative Universe: Liverpool and the Avant Garde at Tate Liverpool and How We Are: Photographing Britain at Tate Britain. Anna Fox is Professor of Photography at The University College for the Creative Arts at Farnham and has co-written (with Dr Deepak John Mathews) the first Masters level photography course in India for the National Institute of Design in Ahmedabad.
16.15 – 17.45 h
Curtas “Cinevardaphoto” de Agnés Varda
apresentação de Regina Guimarães
Filmes:
Ulysse (1982, 21ʼ00ʼʼ, video)
Salut Les Cubains (1962-1963, 28ʼ00ʼʼ, video)
Une minute pour une image de Agnés Varda
14 filmes de 1ʼ20ʼʼ sobre Nurith Aviv, Joan Fontcuberta, Marc Garanger,
Gladys, Bob Gould, Bill Greene, Liliane de Kermadec, Jacques- Henri
Lartigue, Gérard Marot, André Martin, Marc Riboud, Eugene W. Smith, Jenny
De Vasson e Jean Pasquet (1983, 26ʼ00ʼʼ, video)
18.00 – 19.15 h
Escolas:
International Film School of Wales (Newport)
Apresentação de Florence Ayisi
5 NOV. QUINTA
PASSOS MANUEL
21.45 h
Os cineastas e os seus filmes
masterclass de Carina Rafael
Borderland
A beleza “não é senão o começo do horror que ainda somos capazes de tolerar.” (Donald Meltezer).
Esta sessão intitula-se “Borderland”, termo que Amaral Dias utiliza para descrever os
estados limite na psicopatologia. Esta apresentação não é uma reflexão sobre psicopatologia mas antes uma consideração sobre a relação entre psicopatologia, pop culture e arte. O vídeo learn baby learn apresenta uma realidade desorientadora, uma viagem ao mundo subterrâneo e obscuro do inconsciente. Na minha opinião, este trabalho espelha no espectador um determinado fragmento do seu próprio mundo interno. A relação entre a loucura e a arte sempre foi estreita pela aparente liberdade que ambas exprimem ou partilham. No entanto o artista não é um louco. Segundo Freud, o verdadeiro artista é aquele que consegue transpor o seu mundo interno para a realidade física ou muscular, e assim renunciar ao desejo imediato de obtenção de prazer. O artista “louco” perdeu a capacidade criativa e transformativa, a sua função alfa (Bion), capacidade de pensar a realidade. Aqui tudo é acção ou enactment, vivido à flor da pele, nada se liga e nada se inscreve.
Carina Rafael. Nasceu em Paris em 1979. Licenciatura em Bela Artes /Escultura na
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (1997/02); MA Fine Arts – Sculpture,
Wimbledon School of Art, Londres (2003/04); MSc Art Therapy, Queen Margaret University, Edimburgo (2005/07). Frequenta a especialização em Psicoterapia Psicodinâmica na SPPC. Como artista plástica e arte terapeuta, o seu trabalho explora as relações entre o processo artístico e a psicanálise. Vive e trabalha no Porto.
Filme:
Learn baby learn (2009 5ʼ, vídeo) de Carina Rafael
Filme:
Woyzeck, o Soldado Atraiçoado de Werner Herzog (1979, 82ʼ, video)
Apresentação de Jorge Campos
6 NOV. SEXTA
BMAG
14.15 – 16.45 h
O meu melhor inimigo de Werner Herzog, (1999, 95ʼ, video)
Apresentação de Jorge Campos
17.15 - 18.15 h
Masterclass de António Durães
O actor e o rosto
Quando o actor é o rosto;
Quando o rosto do actor revela o rasto que o faz chegar àquele rosto;
Quando o rasto que ilumina o rosto do actor, deixa revelado o tanto resto do edifício do actor.
António Durães. Nasceu na Figueira da Foz, em 1961. Frequentou o curso da Escola de
Formação Teatral do Centro Cultural de Évora. É actor (profissionalmente) desde 1984. Tem encenado regularmente desde 92 e é, a partir de 2000, professor de Teatro na ESMAE. Tem trabalhado, entre outros, com os encenadores Luís Varela, José Valentim Lemos, Mário Barradas, Rui Madeira, António Fonseca, José Ananias, Mark Donford-May, José Wallenstein, Jorge Silva Melo, Paulo Castro, Ricardo Pais, Nuno Carinhas, Giorgio Barberio Corsetti, José Carretas, Nuno M. Cardoso, João Pedro Vaz, Adriano Luz, Carlos Pimenta e Fernando Mora Ramos. Dos espectáculos mais recentes em que participou (interpretou ou encenou), destacam-se O MERCADOR DE VENEZA, de W. Shakespeare, (encenação de Ricardo Pais, TNSJ), LETRA M, de Saaz/João Vieira (encenação de Fernando Mora Ramos, TR); e a encenação do espectáculo MALDOROR, com os Mão Morta.
18.30 – 19.45h
Escolas:
Cursos TCAV e TCM, do Departamento de Artes da Imagem da ESMAE
Apresentação de José Quinta Ferreira
6 NOV. SEXTA
PASSOS MANUEL
22.00 h
As Curtas “Parisienses” de Agnés Varda
Apresentação de António Roma Torres
António Roma Torres. Nasceu no Porto. _Licenciado em Medicina pela Faculdade de
Medicina do Porto, é psiquiatra, com experiência em Terapia Familiar e Psicodrama.
Presentemente é Director do Serviço de Psiquiatria do Hospital de S. João
(Porto)._Escreveu crítica de cinema regular no 'Jornal de Notícias' (Porto) entre 1975 e 2001.
Colaboração episódica sobre cinema noutros orgãos de informação, nomeadamente num período no programa da manhã da RTP1. Co-fundador e colaborador da revista de cinema 'A Grande Ilusão'._Cineclubista com colaboração no Cineclube da Boavista, Cineclube do Norte e Cineclube do Porto (a cujos corpos gerentes pertenceu)._É autor de 'Cinema Português, Ano Gulbenkian' (1974) e de 'Cinema, Arte e Ideologia' , antologia
(1975)._Pertenceu por diversas vezes aos júris de atribuição de subsídios à produção
cinematográfica._Integrou a Comissão Nacional da Comemoração do Centenário do Cinema, presidida pelo Dr. Bénard da Costa, e o Conselho Consultivo da Porto 2001, Capital Europeia da Cultura.
Filmes:
Les Dites Cariatides (1984, 12ʼ00ʼ, video)
LʼÓpera – Mouffe (1958,16ʼ00ʼʼ, video)
Elsa la Rose (1965, 20ʼ00ʼʼ, video)
Le Lion Volatil (2003, 11ʼ00ʼʼ, video)
Tʼas de beaux escaliers, tu sais (1986, 3ʼ00ʼʼ, video)
Les Fiancés du Pont Mac Donald (1961, 5ʼ00ʼʼ, video)
Filme concerto pelo Ensemble 343 sob direcção de Filipe Lopes
O gabinete do dr. Caligari (1920) de Robert Wiene
Filipe Lopes. Nasceu no Porto em 1981. Em 2003 finaliza a licenciatura em Professor do
Ensino Básico, variante Educação Musical na Escola Superior de Educação do Porto. No
mesmo ano ingressa na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto no
curso de Composição concluindo o bacharelato em 2007. Em 2006 vence o Prémio
Black&White Melhor Áudio Experimental com a peca “BlackandDekker” e em 2007 foi
compositor residente na Miso Music Portugal (LEC). Em 2009 terminou o mestrado em
Sonologia no Instituto de Sonologia, trabalhando com Paul Berg, Kees Tazelaar e Joel Ryan entre outros. Desde 2007 que desenvolve trabalho no Serviço Educativo da Casa da Música, pertencendo ao Factor E e desde o ano lectivo 2009/2010 é professor de música electrónica na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo.
Mais informação em www.filipelopes.net
Estarão em exibição no auditório da Biblioteca
Municipal Almeida Garrett de 2 a 6 de Novembro:
_ A exposição Murmúrios do tempo, co-produção entre o Centro Português
de Fotografia e o Silo, Espaço Cultural do Norteshopping.
_ A instalação multimédia As Metamorfoses do Rosto,
dos alunos do Curso de Comunicação da Tecnologia Multimédia do DAI /
ESMAE / IPP.
_ 25 Frames ≠ 1 Segundo (3ª Edição)
Diaporama de Alunos do 2º ano do curso de Tecnologia da comunicação
Audiovisual do DAI / ESMAE / IPP.
4 NOV. QUARTA
09.00 – 12.30 h
Visita guiada à exposição TALES FROM THE TROPHY ROOM
de Common Culture (Mark Durden, Ian Brown e David Campbell)
Solar, Galeria de Arte Cinemática em Vila do Conde
Partida do IPP/Porto às 09.00 h
FICHA TÉCNICA
DAI / ESMAE / IPP
Coordenação_Olívia Silva
Programação_Jorge Campos
Produção_Cesário Alves
José Quinta Ferreira
Maria João Cortesão
Formação_Manuel Taboada
Marco Conceição
Pedro Mouga
Cláudio Melo
Luis Ribeiro
João Leal
Filme promocional_Nuno Tudela
Comunicação_Sofia Lopes
Design_Vítor Quelhas
Secretariado_ Carla dias
Branca Santos
Apoio técnico_António Gorgal (Serviços de Fotografia / ESMAE)
Carlos Filipe (Serviços de Vídeo / ESMAE)
Apoio produção_ João Paulo Gomes
ALLIANCE FRANÇAISE
Programação/produção_Bernard Despomadéres
GOETHE-INSTITUT PORTUGAL NO PORTO
Programação/produção_Thomas Kern
CPF - CENTRO PORTUGUÊS DE FOTOGRAFIA
Produção de exposição e cedência de imagens
SOLAR, GALERIA DE ARTE CINEMÁTICA, VILA DO CONDE
Programação/produção_Dario Oliveira
EUROPEAN CENTRE FOR PHOTOGRAPHIC RESEARCH (ECPR)
UNIVERSITY OF WALES, NEWPORT
Apoio à programação
OPEN STUDIO RESEARCH CENTRE, UNIVERSITY OF DERBY, UK
Apoio à programação
INFORMAÇÕES
www.dai.esmae.ipp.pt/
carladias@esmae-ipp.pt
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