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CULTURA

  • Foto do escritorJorge Campos

Cinema e fascismo 14

Atualizado: 22 de out. de 2023



Os Malditos (1969) de Luchino Visconti. Este é um dos tais filmes inevitáveis quando se trata de fazer uma reflexão sobre o fascismo a partir do cinema. Longe de ser consensual - Pasolini, por exemplo, não lhe poupou críticas - a verdade é que Os Malditos tem a impressão digital de um dos grandes autores do século XX, mestre da mise-en-scène, perfeccionista de uma magnificência operática. A génese do nazismo em meados dos anos 20, a sua escalada rumo ao poder absoluto, à guerra e ao horror, aparece aqui através da história da família aristocrática dos Essenbeck. É também a história do apoio dos grandes industriais e do grande capital a Hitler, com todo o cortejo de taras que se vai revelando à medida em que a decadência se agrava e se torna irreversível. Como pano de fundo, Visconti evoca episódios cuja insanidade viria a constituir-se como matriz da doença do nacional socialismo. Por exemplo, a famigerada noite das facas longas. Quando fez o filme, o autor disse que o fazia para as gerações futuras, para aqueles que não conheceram o nazismo. A aceitação, a passividade, a inconsciência e a incapacidade de lutar são os piores do males, disse também. Nesse sentido, Os Malditos são para ver, rever e pensar.

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