Roma, Cidade Aberta
Depois de Casablanca escolho outro filme óbvio. Roma, Cidade Aberta (1944) de Roberto Rosselini. Na imagem Don Pietro Pellegrini (Aldo Fabrizi) vai ser executado não pelo pelotão de fuzilamento, o qual deliberadamente falha o alvo, mas por um oficial nazi com um tiro na nuca. Do lado esquerdo da imagem, um padre. Com uma interpretação fabulosa da incomparável Anna Magnani, o filme começou a ser rodado na fase final da ocupação alemã de itália, andava Mussolini em fuga. Roma, Cidade Aberta é uma história da resistência ao fascismo, da aliança de uma parte da igreja com comunistas, socialistas e outros democratas. Mas vai além. Mergulha nas taras do nazismo, na degradação imposta aos seres humanos, corrompendo-os e deitando-os fora como lixo quando deixam de servir. Feito com poucos meios, num registo documental e depurado de ganga retórica o filme é uma das obras fulcrais do neo-realismo. Gloriosamente imperfeito como a condição humana.
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