ouve, presta atenção.
do dia que hoje foi resta só
uma derradeira brisa, uma luz ténue
habitada pelo insondável desígnio do tempo.
não te inquietes. deixa a noite anoitecer
na linha do horizonte.
em breve estarás noutro lugar.
verás então nessa luz que se esvai
os lugares da memória onde foste feliz
sendo muitos e ninguém.
viajante, escuta o silêncio.
ele dir-te-á do rumo dos teus passos, do rumor
das tuas mãos, de um outro de ti mesmo
que te espera no sereno
despertar da alvorada.
08/10/2010
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