em viagem, na viagem de outro corpo
- Jorge Campos
- 23 de jan. de 2021
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Atualizado: 10 de jul.

a tua língua lenta nos lábios húmidos da minha fenda voa súbito até à agonia da minha boca e vagarosa como a saliva encontra os meus seios impacientes do despudor das tuas mãos, duros de serem presa dos teus dentes, ó sentir-me assim prestes abusada no veludo da pele, ceder ao toque dos teus dedos, sucumbir à tormenta dos teus flancos, ouve, quero soltar-me no grito obsceno da garganta, quero ser festim do teu corpo a prumo na gruta que doendo rompe a penumbra do meu ser, ó, sim, dá-me a claridade dos sentidos como se a luz incandescente de um cometa rasgasse a brancura dos lençóis e me fizesse fêmea contigo no galope da cama, exultante do estertor do teu relâmpago, inteira de saber-me fulgor do teu banquete.
08/10/2012




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