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CULTURA

em viagem, pelo signo de assim ser

  • Foto do escritor: Jorge Campos
    Jorge Campos
  • 10 de jan. de 2021
  • 1 min de leitura

Atualizado: 5 de dez. de 2023


Le Christ au Jardin des Oliviers (1889) de Paul Gauguin

vivi o medo sombrio da loucura e a loucura luminosa da paixão, respirei nas dunas o murmúrio do vento, memórias de um corpo, de um rosto atento ao desafio do tempo. fui água e fui pedra, talvez ave de voo nómada pairando no azul de uma luz primitiva entre a delicada haste da seara ao vento e o raio de sol livre de ser casa, árvore, clarão de espanto de mim mesmo. soube de tudo sabendo de nada, nessa condição do mosto em levedura ou da mão do pedreiro em busca da forma perene. em noites de lua cheia abri os braços à poeira das estrelas e espalhei os dedos pelos cabelos desfeitos dos mistérios dos amantes. naveguei o lume do instante e fui feliz de tanto arder reencontrado nesse fogo feito terra, chuva, semente, espiga. grato, conheci o erro e os seus enganos e errando levantei a taça de vinho fazendo votos de errar de novo como se um deus benigno me devolvesse a graça perdida da fonte do leite e do mel. de tanto ouvir o ladrar do cão da consciência também atravessei o túnel da escuridão e não era um filme de kurosawa, era o silêncio branco dos meus olhos alongados na irreparável distância de quem sendo, fui. diante do espelho, entre o branco e o negro, imaginei a linha sinuosa dos meus passos e o espelho, alheio ao enigma das estações, talvez signo do zodíaco, talvez sábio das veredas onde perdido me achei, disse nada. e, contudo, disse. sou livre. centauro. anoitece. aconteço.


2011/10/08

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Ensaios, conferências, comunicações académicas, notas e artigos de opinião sobre Cultura. Sem preocupações cronológicas. Textos recentes  quando se justificar.

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Ensaios, conferências, comunicações académicas, textos de opinião. notas e folhas de sala publicados ao longo de anos. Sem preocupações cronológicas. Textos recentes quando se justificar.

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Notas, textos de opinião e de reflexão sobre os media, designadamente o serviço público de televisão, publicados ao longo dos anos. Textos  de crítica da atualidade.

Notas pessoais sobre acontecimentos históricos. Memória. Presente. Futuro.

Textos avulsos de teor literário nunca publicados. Recuperados de arquivos há muito esquecidos. Nunca houve intenção de os dar à estampa e, o mais das vezes, são o reflexo de estados de espírito, cumplicidades ou desafios que por diversas vias me foram feitos.

Imagens do Real Imaginado (IRI) do Instituto Politécnico do Porto foi o ponto de partida para o primeiro Mestrado em Fotografia e Cinema Documental criado em Portugal. Teve início em 2006. A temática foi O Mundo. Inspirado no exemplo da Odisseia nas Imagens do Porto 2001-Capital Europeia da Cultura estabeleceu numerosas parcerias, designadamente com os departamentos culturais das embaixadas francesa e alemã, festivais e diversas universidades estrangeiras. Fiz o IRI durante 10 anos contando sempre com a colaboração de excelentes colegas. Neste segmento da Programação cabe outro tipo de iniciativas, referências aos meus filmes, conferências e outras participações. Sem preocupações cronológicas. A Odisseia na Imagens, pela sua dimensão, tem uma caixa autónoma.

Todo o conteúdo © Jorge Campos

excepto o devidamente especificado.

     Criado por Isabel Campos 

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