A coleção Hugo Boss de 1934. Na verdade, foi ele o criador dos famosos uniformes nazis. Inclusivamente, foi membro do partido de hitler. Mas, sejamos razoáveis. Que poderia ele ter feito? Tinha de ganhar a vida e era preciso fazer funcionar a economia. Tanto assim que até criou muito emprego. É certo que muitos seus trabalhadores saíram de campos de concentração e viveram em condições um bocado estranhas. Mas, que diabo, e a produtividade? De resto, ele foi mandado em paz após a guerra. Até pediu desculpa. Eu, por acaso, acho que o contributo que deu para a competitividade e o prestígio do design de moda dispensava a humilhação.
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viagem pelas imagens e palavras do quotidiano
NDR
7 de out. de 20201 min de leitura
No dia 14 de agosto de 1944 ficou consumada a Libertação de Paris. Para a posteridade ficaram as palavras do célebre discurso do general De Gaulle: 'Paris! Paris ultrajada! Paris dominada! Paris martirizada! Mas Paris libertada!' Porém, neste dia, num tempo em que forças inspiradas na sarjeta ideológica nazi-fascista voltam a operar à escala global com outros nomes e outros disfarces, talvez seja mais importante recordar o colaboracionismo. Após a capitulação da França, Hitler decidiu-se pela administração directa do norte e criou um regime fantoche em Vichy sob a liderança do marechal Pétain (foto). Os colaboracionistas actuaram por vezes com uma brutalidade que excedeu a dos ocupantes. Por exemplo, “A Rusga" mobilizou cerca de 10 mil funcionários e polícias e levou a uma deportação massiva no verão de 1942 de 13 mil judeus. Mais de 4 mil eram crianças. Destino: Auschwitz. poeticamente, chamou-se a isto "Operação do Vento da Primavera". Há máscaras para tudo. As mais repulsivas são as dos que escondem debaixo do tapete as vergonhas do passado. Já lá vai, não foi bem assim, não vale a pena reabrir feridas, dizem eles. Pois...
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7 de out. de 20201 min de leitura
No dia 14 de agosto de1936, em Badajoz, as tropas dos generais sediciosos comandadas por Francisco Franco escrevaram uma das páginas mais tenebrosas da ignomínia fascista na Guerra Civil de Espanha. À capitulação dos republicanos seguiram-se perseguições em massa e fuzilamentos indiscriminados. Salazar não só permitiu que falangistas entrassem em Portugal em perseguição de quem procurava escapar à morte, mas também colaborou devolvendo a Franco patriotas capturados pela polícia política portuguesa. Ainda hoje não se sabe ao certo quantos milhares foram metidos e executados na praça de touros da cidade. Factual: até enviados do III Reich a Espanha manifestaram estranheza perante Franco quanto à brutalidade exercida sobre os seus opositores políticos. Factual: Franco assinava ele próprio sentenças de morte. Factual: Franco ultrapassou Pol Pot do Cambodja no delírio assassino. Factual: Franco foi abençoado pela hierarquia da Igreja Católica e repousou como símbolo da Grande Espanha no Vale dos Caídos. Conclusão: Evidentemente que o museu de Salazar em Santa Comba Dão vai reavivar a memória deste horror. Vai?
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Jorge Campos
arquivo
"O mundo, mais do que a coisa em si, é a imagem que fazemos dele. A imagem é uma máscara. A máscara, construção. Nessa medida, ensinar é também desconstruir. E aprender."
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