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   viagem pelas imagens e palavras do      quotidiano

NDR

  • Foto do escritor: Jorge Campos
    Jorge Campos
  • 7 de out. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 22 de out. de 2023


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Um dia inesquecível (1977) de Ettore Scola leva-nos ao dia em que a capital italiana recebeu Hitler. 6 de Maio de 1938. Nessa altura, Mussolini já deixara de ser o modelo do homem do bigodinho e o homem do bigodinho passara a ser o motivo de admiração e inveja de Mussolini. Se bem se lembram, a rivalidade entre os dois foi ridicularizada por Chaplin no Grande Ditador. Bom, o italiano quis impressionar o austríaco e preparou uma recepção para o espantar. A ele e ao mundo. Vai daí mandou toda a gente para a rua e fez um desfile sem paralelo na Via dei Fiori. Nada disto se vê no filme mas é o pano de fundo do encontro ocasional de duas pessoas, Antonieta (Sophia Loren) e Gabrielle (Marcello Mastroianni). Ela, uma mulher exclusivamente dedicada à vida doméstica, mal tratada e a quem o marido vai fazendo filhos. Ele, um jornalista da rádio, antifascista e homossexual. São os únicos de um bloco de apartamentos de tamanho desmedido que não saíram à rua. Conhecem-se por mero acaso nesse dia, andava Antonieta à procura de um passarinho que lhe fugira da gaiola. Dito isto, é ver o filme. Ficamos a saber como era o quotidiano daquele tempo, o lugar da mulher, o destino dos opositores e homossexuais. Mas sobretudo assistimos a uma obra feita com uma elegância inultrapassável, uma magistral lição de cinema. Um filme inesquecível

 
 
 
  • Foto do escritor: Jorge Campos
    Jorge Campos
  • 4 de out. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 22 de out. de 2023


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Amarcord (1973) de Federico Fellini é um daqueles filmes tão conhecidos que dispensa apresentações. para mais quando se trata de um dos preferidos de tantos, visto e revisto, como é o meu caso. Fellini situa a acção na pequena vila de Rimini, no início dos anos 30. Mussolini já tinha eliminado a oposição interna, o assassínio do socialista Mateotti pelas milícias (os squadristi) pertencia ao passado, o folclore do gládio e do facho faziam parte do quotidiano, o duce servia de modelo a Hitler e alimentava a paranoia de refundar a roma imperial. Fellini recupera memórias de uma infância feliz e erotizada, a sua, e faz um retrato divertido dos próceres e instituições do fascismo provinciano. Amarcord quer dizer lembra-me. Neste caso, a lembrança é uma rêverie esplendorosa, a caricatura a lâmina reveladora do que está para além da superfície

 
 
 
  • Foto do escritor: Jorge Campos
    Jorge Campos
  • 4 de out. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 22 de out. de 2023


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O Grande Ditador (1940) de Charlie Chaplin. é mais um filme tão óbvio quanto inevitável nesta temática. Imagino que a maioria dos meus amigos o tenha visto ao menos uma vez, provavelmente mais do que uma. Por isso, trago apenas algumas notas. Em 1940 os Estados Unidos ainda não tinham entrado na guerra. Só o fizeram depois do ataque japonês a Pearl Harbour em 7 de dezembro de 1941. A corrente isolacionista tinha enorme peso e manietava o presidente Roosevelt. Grandes patrões americanos como Henry Ford financiavam Hitler e personalidades como Lindbergh eram simpatizantes do nazismo. O aviador ficou mesmo na tribuna do ditador na abertura dos Jogos Olímpicos de Berlim de 1938. Por outro lado, temerosa de perder o mercado alemão, a indústria cinematográfica americana aceitava pressões da embaixada da Alemanha no sentido de evitar fazer filmes desfavoráveis ao III Reich. Em 1940 Chaplin já era uma figura suspeita aos olhos do FBI. E, na verdade, foram feitos todos os esforços para o impedir de fazer o filme. Fê-lo contra tudo e ganhou a batalha. Aliás, com este filme ganhou a batalha e ajudou a ganhar a guerra.


 
 
 
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Criado por Isabel Campos 

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Ensaios, conferências, comunicações académicas, notas e artigos de opinião sobre Cultura. Sem preocupações cronológicas. Textos recentes  quando se justificar.

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Textos avulsos de teor literário nunca publicados. Recuperados de arquivos há muito esquecidos. Nunca houve intenção de os dar à estampa e, o mais das vezes, são o reflexo de estados de espírito, cumplicidades ou desafios que por diversas vias me foram feitos.

Imagens do Real Imaginado (IRI) do Instituto Politécnico do Porto foi o ponto de partida para o primeiro Mestrado em Fotografia e Cinema Documental criado em Portugal. Teve início em 2006. A temática foi O Mundo. Inspirado no exemplo da Odisseia nas Imagens do Porto 2001-Capital Europeia da Cultura estabeleceu numerosas parcerias, designadamente com os departamentos culturais das embaixadas francesa e alemã, festivais e diversas universidades estrangeiras. Fiz o IRI durante 10 anos contando sempre com a colaboração de excelentes colegas. Neste segmento da Programação cabe outro tipo de iniciativas, referências aos meus filmes, conferências e outras participações. Sem preocupações cronológicas. A Odisseia na Imagens, pela sua dimensão, tem uma caixa autónoma.

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