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   viagem pelas imagens e palavras do      quotidiano

NDR

  • Foto do escritor: Jorge Campos
    Jorge Campos
  • 11 de out. de 2020
  • 2 min de leitura

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três das principais publicações científicas do mundo - Lancet, New England Journal of Medicine e Scientific American manifestaram-se de forma inédita contra o presidente americano. acusam Donald Trump de de estar a lidar com a pandemia de forma totalmente irresponsável, gerando o caos na saúde pública e uma hecatombe de mortes. a Scientific American foi ao ponto de tomar uma iniciativa inédita ao longo dos seus 175 anos de existência declarando o apoio a um candidato presidencial, neste caso Joe Biden. aparentemente, nada disto tira o sono ao inquilino da Casa Branca onde, de resto, o número de infetados não para de crescer. depois de ter saído do hospital onde se sujeitou a um tratamento experimental, Trump enveredou por uma colossal girândola de disparates, declarando-se rejuvenescido, vencedor do vírus, cheio de razão e prometendo a toda a gente a droga milagrosa a título gratuito. aliás, vai fazer prova disso sujeitando-se a novo teste em direto e ao vivo no Tucker Carlson Toninght da Fox News onde responderá às questões de Marc Siegel, o médico especialista em Medicina Interna colaborador da estação. a Fox News, como se sabe, é das mais reacionárias do mundo e nela tem presença assídua a fina flor da extrema-direita americana. que Trump seja o que é, paciência. o problema é saber como é possível ter a legião de seguidores que tem. se não houver capacidade para entender o fenómeno e agir em conformidade, o mundo corre o risco de um destes dias acordar nos braços da pós-verdade. pior, muitos sentir-se-ão confortáveis na mentira. o que vier depois, evidentemente, será terrível. mas há uma questão de clareza mediana: tipos como Trump surgem quando muita coisa falha. por isso, talvez seja boa ideia começar a desenhar a equação por aí.


09/10/2020

 
 
 
  • Foto do escritor: Jorge Campos
    Jorge Campos
  • 5 de out. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 11 de out. de 2020


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não sei ao certo quantos candidatos teremos nas próximas presidenciais. já anunciados há três de esquerda, um de uma franja infanto-liberal irrelevante e um quinto saído das catacumbas da marginalidade cujo nome evito pronunciar por razões de salubridade. há dias também apareceu o tino de rans a manifestar a intenção de... o tino é sempre um must. finalmente, pelo menos até ver, há ainda o futuro presidente que sem nada ter dito já disse tudo posto que não sendo ainda candidato passa o tempo no exercício da função, em campanha. diga-se, em abono da verdade, que o futuro presidente não tem estado mal na qualidade do atual. junta aos beijos e abraços uma razoável noção de medida, cultiva boas relações institucionais, respeita as formalidades da constituição e está sempre presente, porventura, até demasiado. regra geral, os portugueses apreciam o estilo que os tempos não estão para modas. ora tirando os desperdícios - o tino, o anacrónico ultra-liberal e o arruaceiro encartado - ficam os três candidatos da área socialista e comunista. são todos muito bons, com provas dadas em áreas em relação às quais o futuro presidente só conhece da navegação à vista. na verdade, a filiação ideológica, o seu passado e até as relações pessoais de uma vida, se nunca o afastaram da democracia, parecem condicionar-lhe o nervo para enfrentar as grandes questões do nosso tempo. sendo católico, ele nunca dirá ser necessário rejeitar o neoliberalismo como fez o papa Francisco. sendo pessoa de princípios observou sempre distância protocolar em relação à corrupção. sendo solidário raramente vai ao osso que é o mundo do trabalho. sendo bom observador tem dificuldade em olhar para os desmandos do sistema financeiro. alterações climáticas, refugiados e questões de género também não são a praia dele. de modo que aos três candidatos da esquerda não faltam matérias com que o confrontar democraticamente no quadro do entendimento do exercício das funções presidenciais. sendo um lubrificador sistémico com tendência para a marcha-atrás é bom que o nosso professor seja chamado ao debate. quanto ao mais, haver três excelentes candidatos à esquerda só me enche de satisfação. é altura de assumir a diversidade do socialismo como um bem inestimável.


05/10/2020

 
 
 
  • Foto do escritor: Jorge Campos
    Jorge Campos
  • 4 de out. de 2020
  • 1 min de leitura

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Fonte: agazeta.com.br

nunca te vi tão enfiado por causa do tal vírus. aquela declaração antes de seres internado deixou-me em cuidados. parecias uma figurinha de cera saída do catálogo da família adams. só que à rasca. andaste a engolir hidroxicloroquina, recomendaste lixívia como desinfetante, anunciaste o fim da pandemia para abril, mandaste a máscara às urtigas, fizeste comícios com tudo ao molhe e fé em ti e disseste que tinhas tudo sob controle embora a culpa fosse da china. enquanto isso a pandemia alastrava como fogo em pradaria e a maioria dos teus compatriotas não tinha sequer como se tratar. também não valia a pena porque já tinhas a melhor vacina do mundo. pois bem, acabaste por ter de deixar a casa branca de helicóptero, estás a fazer um tratamento experimental e desejo-te a sorte que as alminhas que te elegeram nunca terão porque cuidados vip não são para todos. mas olha, nem tudo é mau. ouvi fiéis da tua paróquia dizerem que vais sair da trapalhada na maior e que essa será a prova definitiva da tua razão. antes assim. presta-lhes atenção e serás reconfortado. tudo continua a ser great e beuatiful. vá lá, não os desiludas.

 
 
 
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Ensaios, conferências, comunicações académicas, notas e artigos de opinião sobre Cultura. Sem preocupações cronológicas. Textos recentes  quando se justificar.

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Textos avulsos de teor literário nunca publicados. Recuperados de arquivos há muito esquecidos. Nunca houve intenção de os dar à estampa e, o mais das vezes, são o reflexo de estados de espírito, cumplicidades ou desafios que por diversas vias me foram feitos.

Imagens do Real Imaginado (IRI) do Instituto Politécnico do Porto foi o ponto de partida para o primeiro Mestrado em Fotografia e Cinema Documental criado em Portugal. Teve início em 2006. A temática foi O Mundo. Inspirado no exemplo da Odisseia nas Imagens do Porto 2001-Capital Europeia da Cultura estabeleceu numerosas parcerias, designadamente com os departamentos culturais das embaixadas francesa e alemã, festivais e diversas universidades estrangeiras. Fiz o IRI durante 10 anos contando sempre com a colaboração de excelentes colegas. Neste segmento da Programação cabe outro tipo de iniciativas, referências aos meus filmes, conferências e outras participações. Sem preocupações cronológicas. A Odisseia na Imagens, pela sua dimensão, tem uma caixa autónoma.

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